Um tema tomou conta da vida de pessoas do mundo todo nos últimos meses: o novo coronavírus, que causa uma doença chamada COVID-19 – sigla em inglês para “coronavirus disease 2019” (doença por coronavírus 2019, em tradução livre).
Para quem atua em negócios de food service, essa é uma situação complicada e que exige cuidado e atenção.
Toda empresa que trabalha manipulação de alimentos e contato com o público – não importa o tamanho – se tornou foco de preocupação e receio. Bares, restaurantes, padarias, lanchonetes ou mesmo pequenos negócios como carrinho de cachorro-quente, pipoca e operações de encomendas de marmita e outros tipos de comida.
Em um levantamento feito nos Estados Unidos, cerca de 30% dos entrevistados disseram que evitarão comer fora com medo de ser contaminadas pela COVID-19.
De acordo com o estudo, os principais receios e preocupações das pessoas em relação a frequentar restaurantes são:
– Tocar objetos que outras pessoas tocaram;
– Estar muito próximo de outras pessoas;
– A higiene das pessoas manipulando os alimentos;
– Servir-se a partir de recipientes compartilhados;
– Interagir com os funcionários do estabelecimento (que estão em contato com o público).
A situação americana se reflete aqui no Brasil também. Segundo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor de alimentação fora do lar já começou a ser impactado pelos efeitos da disseminação do coronavírus.
De acordo com o especialista, a média de queda em estabelecimentos no país ainda não chega a 15% e esse número varia de acordo com a localidade. Solmucci aponta ainda que negócios de shopping centers têm apresentado uma queda maior. “Entendemos que a queda de faturamento acontecerá, e acreditamos que vai se estabilizar em torno de 30%”, ressalta o executivo.
As suas principais preocupações devem ser:
1) Minimizar as chances de contaminação em seu estabelecimento e em suas operações;
2) Preparar a equipe para garantir a segurança da saúde dela e também evitar a propagação do novo coronavírus;
3) Manter contato com os clientes para passar mais confiança em relação à higiene da sua operação.
4) Atender às necessidades especiais dos clientes nesse momento especial em que eles estão se sentindo vulneráveis e preocupados.
É sobre tudo isso que vamos falar a seguir!
Neste momento, é fundamental reforçar os cuidados com a higiene das suas operações e do ambiente de trabalho e de atendimento ao público.
Para garantir a segurança da saúde da sua equipe e também mostrar aos clientes que seu negócio está fazendo tudo o que pode para evitar a contaminação, é importante seguir os cuidados listados abaixo.
O primeiro passo para assegurar a saúde e o bem-estar da sua equipe (e dos seus clientes) é informar os funcionários sobre as boas práticas que vão diminuir as chances de contaminação – deles mesmos e das pessoas à volta.
Neste sentido, reúna seus colaboradores e os oriente sobre os cuidados extras que eles devem ter.
Estas são as orientações do Ministério da Saúde nesse sentido:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, sempre antes e depois de mexer com alimentos ou objetos compartilhados. Se não houver água e sabonete em determinada ocasião, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
– Evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos não lavadas;
– Evitar contato próximo com pessoas doentes;
– Ficar em casa quando estiver doente;
– Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Dica!Você pode utilizar os vídeos abaixo para educar seus funcionários sobre essas práticas. – Aprenda a maneira correta de lavar as mãos |
Além disso, outra prática importante é evitar ficar muito próximo ao cliente. Peça para os atendentes manterem cerca de um metro de distância dos consumidores.
Para aqueles que pegam transporte público, providencie álcool em gel na entrada para que se higienizem antes de entrarem. Ou ainda peça para que, antes de fazer qualquer coisa, eles lavem muito bem as mãos.
Por fim, é crucial que os profissionais estejam conscientes sobre a responsabilidade deles próprios para evitar que o vírus se espalhe.
Peça que eles se afastem e fiquem em casa caso:
– Sentirem alguns dos sintomas causados pela COVID-19 (febre, tosse e dificuldade de respirar);
– Estiverem em contato com pessoas que estiveram fora do país;
– Estiverem em contato com alguém infectado ou que apresentou os sintomas.
O cuidado com a higiene no preparo dos alimentos já é algo básico sempre para quem trabalha no food service – seja na entrega ou em estabelecimentos. Contudo, nesse momento, é fundamental reforçar ainda mais essa questão.
Estamos falando de cuidados como, por exemplo:
– Usar luvas e máscaras;
– Limpar constantemente os equipamentos e utensílios compartilhados na cozinha;
– Desinfetar com mais frequência os equipamentos e as superfícies que entram em contato com o alimento;
– Manter a cozinha sempre bem ventilada;
– Aumentar a frequência com que os manipuladores de alimentos lavam as mãos – seguindo as boas práticas recomendadas para uma higienização correta das mãos.
Dica!Aprenda mais sobre como garantir a segurança alimentar nas suas operações lendo os materiais abaixo: – Cartilha sobre boas práticas para serviços de alimentação – Anvisa |
Novamente, estamos falando de algo que sempre deve ser feito: limpeza e organização em dia são fundamentais em negócios de food service. Porém, para evitar a propagação do novo coronavírus, é preciso reforçar esse cuidado.
Estas são algumas práticas importantes nesse sentido:
– Aumente a frequência de higienização (com álcool) das superfícies de contato compartilhado – mesas, maçanetas, suporte de guardanapos e canudos, cardápios, cadeiras, talheres do buffet etc.;
– Deixe recipientes com álcool em gel disponível para o público – na entrada do estabelecimento, em alguns lugares estratégicos dentro do ambiente (como perto do buffet ou no caixa) e na porta do banheiro.
– Limpe as mesas não só com um pano molhado, mas com álcool 70% para garantir que a superfície seja realmente desinfetada. Faça isso sempre antes de depois de os clientes sentarem.
– Crie um cronograma para, por exemplo, a cada 30 minutos um funcionário passar pano com álcool em maçanetas, cadeiras, portas, cardápios e outras superfícies e objetos compartilhados.
Além disso, é importante manter os ambientes sempre bem arejados, com bastante circulação de ar. Se possível, caso não esteja muito calor, abra as janelas e desligue o ar-condicionado. De qualquer forma, é fundamental também assegurar a limpeza dos condicionadores de ar.
Se você trabalha em um negócio em que os alimentos geralmente ficam expostos – como buffet ou padaria, por exemplo –, deve ficar atento a essa questão. Para evitar que os produtos sejam contaminados, é aconselhável protegê-los.
Para isso, você pode utilizar embalagens individuais, tampas ou mesmo um pano ou papel mais extenso para cobrir os itens.
Em alguns casos, é aconselhável deixar um funcionário responsável por manusear os alimentos e entregar aos clientes. Em uma padaria, por exemplo, ao invés de expor os pães em uma cesta, você pode deixá-los na área interna do balcão, onde o cliente deverá solicitar o item que deseja.
Sabemos que, como empresário, você quer ver seu estabelecimento sempre lotado. Contudo, nessa crise pela qual estamos passando, é importante tomar medidas para evitar o acúmulo de muitas pessoas em um mesmo ambiente.
Isso porque a transmissão da COVID-19 acontece da mesma maneira como a do vírus da gripe comum – ou seja, por meio das gotículas de saliva que saltam quando espirramos ou tossimos ou que são repassadas pelas mãos e por objetos compartilhados.
É por esse motivo que uma das recomendações dos especialistas para dificultar a propagação do coronavírus é evitar lugares com aglomerações de pessoas.
Então, você pode fazer a sua parte no seu negócio, limitando o número de mesas e aumentando o espaço entre elas, para evitar contato próximo.
“Boas práticas certamente darão uma segurança enorme a nossos clientes. A mais importante é a redução do número de mesas, para assegurar que a distância entre cadeiras ocupadas seja de, no mínimo, um metro; ou de, pelo menos, dois metros entre as mesas, sem considerar as cadeiras”, destaca Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Quem trabalha com entrega de comida pode até sentir um aumento no movimento nesse contexto em que as pessoas estão com medo de comer fora de casa. Contudo, isso demanda um senso de responsabilidade ainda maior com os clientes que estão confiando em suas operações nesse momento.
Da mesma forma que é preciso tomar medidas preventivas em bares, restaurantes e lanchonetes – como as ações que indicamos acima –, também é crucial que os negócios que trabalham com delivery tomem os cuidados necessários.
Por isso, se você faz entrega de alimentos, precisa:
– Reforçar a limpeza do ambiente onde os alimentos são manipulados;
– Atentar-se à higiene das pessoas e de utensílios, equipamentos e superfícies que entram em contato com o alimento;
– Verificar se os entregadores estão tomando as devidas medidas preventivas;
– Reforçar o cuidado com as embalagens. Por exemplo: colocar uma camada protetora extra para que as mãos do entregador e a superfície do transporte não entrem em contato com a embalagem do alimento.
Dica!Já escrevemos um artigo sobre as precauções de higiene que os negócios de delivery precisam tomar. Confira: Cuidados de higiene fundamentais para a venda de comida de rua ou por entrega |
Ao colocar em prática todas as ações listadas acima, você estará cuidando não somente da saúde dos seus funcionários como também da saúde dos seus clientes. Essa, aliás, deve ser sua prioridade número um nesse momento!
Além disso, é importante mostrar aos seus consumidores que sua empresa está agindo tanto para evitar a propagação do coronavírus quanto para atender as necessidades especiais das pessoas nessa crise.
Aqui vão algumas dicas nesse sentido:
Algumas das ações as pessoas poderão presenciar no próprio estabelecimento, quando elas virem os funcionários mais protegidos, as operações adaptadas e as superfícies sendo constantemente limpas. No entanto, também é importante se posicionar oficialmente.
Em comunicados via flyers, cartazes, redes sociais e site, liste as precauções que o seu negócio está tomando em relação à COVID-19. Isso vai dar mais confiança para as pessoas frequentarem seu estabelecimento.
Algumas pessoas são mais vulneráveis ao novo coronavírus. Quem tem mais de 60 anos, é hipertenso, diabético ou possui problemas respiratório e doenças autoimunes está entre o chamado grupo de risco. Uma vez infectadas, essas pessoas têm muito mais chance de desenvolverem complicações sérias.
É recomendado às pessoas que fazem parte desse grupo ficarem isoladas. Para aliviar o distanciamento desse público, no exterior alguns restaurantes estão oferecendo um horário para atendimento exclusivo de idosos. Assim, eles podem comer fora sem o risco de se exporem a alguém infectado (e que ainda não tenha apresentado os sintomas).
Que tal adotar essa ideia em seu estabelecimento?
Se o seu estabelecimento não oferece serviço de entrega, considere oferecer nesse momento. Nem que seja para os seus clientes mais fiéis.
Digamos que funcionários de determinada empresa sempre almocem no seu restaurante. Para continuar atendendo-os neste período de crise, ofereça entrega de marmitas.
Além disso, outra maneira de evitar aglomerações em seu estabelecimento, mas continuar atendendo aos clientes, é oferecendo outras maneiras de servi-los. Por exemplo: possibilite que os clientes façam o pedido via WhatsApp ou por telefone e retirem no seu restaurante.
Sabemos que esse é um momento difícil para todos, e que com certeza vai afetar as operações de negócios de todos os tamanhos. O importante é fazer sua parte e, na medida do possível, continuar atendendo da forma mais segura possível os clientes que estão contando com o seu serviço no dia a dia.
Além disso, pode ter certeza de que o Roldão, seu parceirão de bons negócios, está à sua disposição para ajudá-lo a enfrentar essa turbulência.
A seguir, listamos alguns materiais educativos que irão ajudá-lo a entender quais são as práticas de higiene e saúde que são essenciais nesse momento. Confira:
– Dicas práticas para evitar a transmissão do coronavírus em bares e restaurantes – Abrasel
– Guia prático sobre como lidar com a COVID-19 em bares e restaurantes – Abrasel
– Página especial do Ministério da Saúde sobre o coronavírus